Santos do Mês de Outubro

Santos do Mês de Outubro
Blog Católico Apostólico Romano - registrar as histórias da vida dos santos do dia que a Igreja venera. "Os santos ensinam, com unanimidade, que o caminho da santidade é “fazer a vontade de Deus”. Isto nos santifica porque nos conforma com Jesus, o modelo da santidade, que, acima de tudo queria fazer a vontade de Deus em todo tempo." Editora Cléofas

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

São Remígio ou Rémy - 01 DE OUTUBRO

São Remígio ou Rémy
440-533
Rémy ou Remígio, como dizemos em português, era um cidadão romano, nascido no ano 440, em Lyon, França. Pertencia a uma tradicional família da nobreza romana, que teve a oportunidade de participar da expansão do Império Romano do Ocidente pela Gália, como era chamado o território francês. Naquela época, a região, que era toda pagã e constantemente assolada por sucessivas invasões dos bárbaros, vinha sendo governada pelo povo franco, mais tarde conhecido como francês. Embora menos evoluídos que os outros povos, eram conhecidos por serem grandes combatentes. Além disso, já haviam prestado serviços militares a Roma no passado.

Santa Teresinha do Menino Jesus - 01 de Outubro






“Não quero ser santa pela metade, escolho tudo.”

A santa de hoje nasceu em Alençon (França), no dia 02 de janeiro de 1873; e morreu no dia 30 de setembro de 1897, com apenas 24 anos e 271 dias. Nascida em uma família de ótimas condições financeiras e temente a Deus, seus pais (Luís e Zélia) tiveram oito filhos antes da caçula, Teresa; quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da santa, que também se tornaram freiras (Maria, Paulina, Leônia e Celina). Com a autorização do Papa Leão XIII, Teresinha pode entrar no Mosteiro das Carmelitas, em Lisieux, com apenas 15 anos de idade.
À primeira vista, parece que Teresinha foi santa desde a sua infância, porém, sua história revela um caminho de amadurecimento à custa de muitos sofrimentos, como por exemplo: A perda de sua mãe quando tinha 4 anos e 8 meses, por conta do câncer; a ida de suas irmãs para o carmelo; separar-se de seu pai e vê-lo sofrer de problemas psiquiátricos; por fim, a tuberculose e outros problemas de enfermidade nos seus últimos anos de vida. Tudo isso levou essa mulher a oferecer-se em holocausto à Misericórdia Divina, dia após dia de sua vida, com muita simplicidade e pequenez.
Depois da morte de sua mãe, a menina desenvolveu uma grande sensibilidade e se achava sempre entristecida e abatida, chorava muito. Porém, aos 10 anos, ela fez uma experiência com Nossa Senhora que ficou em sua vida: “No dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes, do meu leito, virei meu olhar para a imagem de Maria, e, de repente, a imagem pareceu-me bonita, tão bonita que nunca tinha visto nada semelhante. Seu rosto exalava uma bondade e ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem. Todas as minhas penas se foram naquele momento, e lágrimas escorreram de meus olhos, de pura alegria. Pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, foi por causa das orações que eu tive a graça do sorriso da Rainha do Céu” (História de uma alma).
Teresinha também fez uma profunda experiência com o natal, tendo o menino Jesus como doador de uma “total conversão”, aos seus 13 anos de idade, no ano de 1883. Depois disso, sua vida foi transformada e ela começou a dar grandes passos na vida espiritual. Esse fato foi tão importante a ponto de levá-la a assumir o nome de Teresinha do Menino Jesus.
Ao entrar no Carmelo, dedicou-se a rezar pela conversão das almas e pelos sacerdotes. Porém, trazia em seu coração o grande desejo de ser missionária, queria anunciar o evangelho aos cinco continentes do mundo. Até que descobriu no amor um caminho de perfeição: “no coração da Igreja, serei o amor. Assim, serei tudo, e nada impossibilitará meu sonho de tornar-se realidade” (História de uma alma). Logo após a sua morte, seria colocada como padroeira universal das missões católicas pelo Papa Pio XI.
Através do amor, desenvolveu a infância espiritual ou pequena via. Essa consiste na extrema confiança em um Deus que é Pai, o que foi consequência do seu relacionamento com seu pai Luís. Ele levou sua filha a olhar a Deus como um pai bondoso, amoroso e misericordioso. Por isso, pôde confiar e se lançar sem reservas nos braços d’Aquele que a leva como um elevador através de sua graça. Esse relacionamento filial gerou um transbordar de caridade, generosidade e gratuidade, por parte da santa que desembocou na vivência com suas irmãs religiosas. Em sua extrema humildade, acreditava que o caminho era ser como criança diante de Deus, assim buscava sempre rebaixar-se na vida fraterna e amar sem reservas. Tudo isso, levou-a a renovar a espiritualidade carmelita de João da Cruz (Doutor do “tudo ou nada”), vendo nessa caridade gratuita o caminho perfeito. “No crepúsculo desta vida aparecerei diante de vós (Deus) com as mãos vazias” (História de uma alma), ou seja, nem apresentar méritos ou obras, simplesmente confiando no amor gratuito de Deus, que é Pai e nos salva (Cf. 1 Jo 4, 17). Essa experiência fez com que o Papa João Paulo II a proclamasse doutora da Igreja, no dia 19 de outubro de 1997.
Em seu leito de morte, com apenas 24 anos, disse suas últimas palavras: “Oh!…amo-O. Deus meu,…amo-Vos!”. Após a sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos que se tornaram mundialmente reconhecidos. Assim realizou a sua promessa de espalhar uma chuva de rosas, de milagres e de graças de todo o gênero. Sua beatificação aconteceu em 1923; e foi canonizada por Pio XI em 1925, que a chamava de “uma palavra de Deus”.
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, rogai por nós!

Oração

Meu Deus, ofereço-vos todas as ações que farei hoje, nas intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus. Quero santificar as batidas do meu coração, meus pensamentos e obras mais simples, unindo-os aos seus méritos infinitos, e reparar minhas faltas, lançando-as na Fornalha de seu Amor Misericordioso. Oh, meu Deus! Peço-vos para mim e para aqueles que me são caros a graça de cumprir perfeitamente vossa santa vontade, de aceitar por vosso amor as alegrias e as penas desta vida passageira, para que estejamos um dia reunidos no Céu, por toda a eternidade. Assim seja.” (Obras completas de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, Oração 10).

Referências:

Vatican News
Livro: “História de uma alma” – Santa Teresinha
Livro: “De mãos vazias” – Conrado de Meester
Fonte: Canção Nova em 2022

Santa Teresinha do Menino Jesus, doutora da infância espiritual

Doutora, virgem e religiosa


Origens

Santa Teresinha do Menino Jesus nasceu em Alençon (França), no dia 02 de janeiro de 1873. Morreu no dia 30 de setembro de 1897, com apenas 24 anos e 271 dias. Nascida em uma família de ótimas condições financeiras e temente a Deus, seus pais (Luís e Zélia) tiveram oito filhos antes da caçula, Teresa; quatro morreram com pouca idade, restando em vida as quatro irmãs da santa, que também se tornaram freiras (Maria, Paulina, Leônia e Celina).

Amadurecimento na dor

À primeira vista, parece que Teresinha foi santa desde a sua infância, porém, sua história revela um caminho de amadurecimento à custa de muitos sofrimentos, como por exemplo: A perda de sua mãe quando tinha 4 anos e 8 meses, por conta do câncer; a ida de suas irmãs para o Carmelo; separar-se de seu pai e vê-lo sofrer de problemas psiquiátricos; por fim, a tuberculose e outros problemas de enfermidade nos seus últimos anos de vida. Tudo isso levou essa mulher a oferecer-se em holocausto à Misericórdia Divina, dia após dia de sua vida, com muita simplicidade e pequenez.

“Não quero ser santa pela metade, escolho tudo.”

Nossa Senhora do sorriso

Depois da morte de sua mãe, a menina desenvolveu uma grande sensibilidade. Ela se achava sempre entristecida e abatida, chorava muito. Porém, aos 10 anos, ela fez uma experiência com Nossa Senhora que ficou em sua vida: “No dia 13 de maio de 1883, festa de Pentecostes, do meu leito, virei meu olhar para a imagem de Maria e, de repente, a imagem pareceu-me bonita, tão bonita que nunca tinha visto nada semelhante. Seu rosto exalava uma bondade e ternura inefáveis, mas o que calou fundo em minha alma foi o sorriso encantador da Santíssima Virgem. Todas as minhas penas se foram naquele momento, e lágrimas escorreram de meus olhos, de pura alegria. Pensei, a Santíssima Virgem sorriu para mim, foi por causa das orações que eu tive a graça do sorriso da Rainha do Céu” (História de uma alma).

Do menino Jesus…

Santa Teresinha do Menino Jesus também fez uma profunda experiência com o natal, tendo o menino Jesus como doador de uma “total conversão”, aos seus 13 anos de idade, no ano de 1883. Depois disso, sua vida foi transformada e ela começou a dar grandes passos na vida espiritual. Esse fato foi tão importante a ponto de levá-la a assumir o nome de Teresinha do Menino Jesus.

Entrada no Mosteiro das Carmelitas

Com a autorização do Papa Leão XIII, Santa Teresinha do Menino Jesus pôde entrar no Mosteiro das Carmelitas, em Lisieux, com apenas 15 anos de idade. Ao entrar no Carmelo, dedicou-se a rezar pela conversão das almas e pelos sacerdotes. Porém, trazia em seu coração o grande desejo de ser missionária, queria anunciar o evangelho aos cinco continentes do mundo. Até que descobriu no amor um caminho de perfeição: “no coração da Igreja, serei o amor. Assim, serei tudo, e nada impossibilitará meu sonho de tornar-se realidade” (História de uma alma). Logo após a sua morte, seria colocada como padroeira universal das missões católicas pelo Papa Pio XI.

A infância espiritual

Através do amor, desenvolveu a infância espiritual ou pequena via. Essa consiste na extrema confiança em um Deus que é Pai, o que foi consequência do seu relacionamento com seu pai Luís. Ele levou sua filha a olhar a Deus como um pai bondoso, amoroso e misericordioso. Por isso, Santa Teresinha do Menino Jesus pôde confiar e se lançar sem reservas nos braços d’Aquele que a leva como um elevador através de sua graça. Esse relacionamento filial gerou um transbordar de caridade, generosidade e gratuidade, por parte da santa que desembocou na vivência com suas irmãs religiosas.

Santa Teresinha do Menino Jesus: extrema humildade

Em sua extrema humildade, acreditava que o caminho era ser como criança diante de Deus, assim buscava sempre rebaixar-se na vida fraterna e amar sem reservas. Tudo isso, levou-a a renovar a espiritualidade carmelita de João da Cruz (Doutor do “tudo ou nada”), vendo nessa caridade gratuita o caminho perfeito. “No crepúsculo desta vida aparecerei diante de vós (Deus) com as mãos vazias” (História de uma alma), ou seja, nem apresentar méritos ou obras, simplesmente confiando no amor gratuito de Deus, que é Pai e nos salva (Cf. 1 Jo 4, 17). Essa experiência fez com que o Papa João Paulo II a proclamasse doutora da Igreja, no dia 19 de outubro de 1997.

Páscoa

Em seu leito de morte, com apenas 24 anos, Santa Teresinha do Menino Jesus, disse suas últimas palavras: “Oh!…amo-O. Deus meu,…amo-Vos!”. Após a sua morte, aconteceu a publicação de seus escritos que se tornaram mundialmente reconhecidos. Assim realizou a sua promessa de espalhar uma chuva de rosas, de milagres e de graças de todo o gênero. Sua beatificação aconteceu em 1923; e foi canonizada por Pio XI em 1925, que a chamava de “uma palavra de Deus”.

Oração:

“Meu Deus, ofereço-vos todas as ações que farei hoje, nas intenções e para a glória do Sagrado Coração de Jesus. Quero santificar as batidas do meu coração, meus pensamentos e obras mais simples, unindo-os aos seus méritos infinitos, e reparar minhas faltas, lançando-as na Fornalha de seu Amor Misericordioso. Oh, meu Deus! Peço-vos para mim e para aqueles que me são caros a graça de cumprir perfeitamente vossa santa vontade, de aceitar por vosso amor as alegrias e as penas desta vida passageira, para que estejamos um dia reunidos no Céu, por toda a eternidade. Assim seja.” (Obras completas de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Santa Face, Oração 10).

Minha oração

“Ó querida santinha da simplicidade e da infância, ensinai-nos a amar Jesus em nosso cotidiano, naquilo que é mais simples e ordinário. Ajudai-nos, também, a viver a vida com toda a gratuidade que é própria do amor. Pela tua intercessão, seremos o amor na Igreja. Amém!”

Santa Teresinha, rogai por nós!

Outros santos e beatos celebrados em 01 de outubro

Em Lisboa, cidade da Lusitânia, atualmente em Portugal, os santos VeríssimoMáxima e Júlia, mártires.  († s. III/IV)
- Em Séclin, na Gália Bélgica, atualmente na França, São Piatão, presbítero, que é venerado como evangelizador do território de Tournai e mártir. († s. III/IV)
- Em Constantinopla, hoje Istambul, na Turquia, São Romano, diácono, que foi denominado o Melodioso pela sua arte sublime em compor hinos eclesiásticos em honra do Senhor e dos Santos. († 555/565)
- Em Tréveris, na Renânia da Austrásia, no território da actual Alemanha, São Nicécio, bispo, que, segundo o testemunho de São Gregório de Tours, era veemente na pregação, terrível na repreensão, consistente no ensino. Sofreu o exílio no tempo de Clotário, rei dos Francos. († 561)
- Em Gand, na Flandres, região da Nêustria, hoje na Bélgica, São Bavão, monge, que foi discípulo de Santo Amando: deixando a vida secular, distribuiu os seus bens pelos pobres e entrou no mosteiro fundado nesta cidade. († c. 659)
- Em Condé-sur-l’Escaut, no Hainaut, território da Austrásia, atualmente na França, São Vasnulfo, monge, natural da Escócia. († s. VII)
- Em Cantuária, na Inglaterra, São Geraldo Edwards, presbítero e mártir. Com ele foram martirizados o Beato Roberto Wilcox e Cristóvão Buxton, presbíteros, também por serem sacerdotes, e Roberto Widmerpool, por ter ajudado um sacerdote. († 1588)
- Em Chichester, também na Inglaterra, os beatos Rodolfo Crockett e Eduardo James, presbíteros e mártires. († 1588)
- Em Ipswich, também na Inglaterra, o Beato João Robinson, presbítero e mártir. († 1588)
- Em Nagasaki, no Japão, os beatos Gaspar Hikojiro e André Yoshida, mártires. († 1617)
- Em Osma, cidade de Castela la Mancha, região da Espanha, o Beato João de Palafox y Mendoza, bispo. († 1659)
- Em Saronno, próximo de Varese, na Lombardia, região da Itália, o Beato Luís Maria Mónti, religioso, que, embora conservando a sua condição laical, instituiu os Filhos de Maria Imaculada. († 1900)
- Em Népi, cidade da província de Viterbo, também na Itália, a Beata Cecília Eusépi, religiosa da Ordem Terceira dos Servos de Maria. († 1928)
- Em Rotglá y Corbera, localidade da província de Valência, na Espanha, a Beata Florência Caerols Martínez, virgem e mártir. († 1936)
- Em Villena, localidade da província de Valência, o Beato Álvaro Sanjuán Canet, presbítero da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Em Barcelona, na Catalunha, região da Espanha, em dia incerto de Outubro, os beatos Adolfo Mariano (Mariano Anel Andréu) e Ildefonso Luís (José Casa Lluch), religiosos da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristiãs e mártires. († 1936)
- Em Madrid, também na Espanha, em dia incerto de Outubro, o Beato Manuel Borrajo Míguez, religioso da Sociedade Salesiana e mártir. († 1936)
- Também em Madrid, os beatos Carmelo João Pérez Rodríguez, Mateus Garolera Masferrer e Higínio de Mata Díez, religiosos da Sociedade Salesiana e João de Mata Díez, mártires. († 1936)
- Próximo de Munique, cidade da Baviera, na Alemanha, o Beato António Rewera, presbítero e mártir. († 1942)

Fonte:
Liturgia das Horas
- Martirológio Romano
- Vaticannews.va
- Vatican.va
- Livro: “História de uma alma” – Santa Teresinha
- Livro: “De mãos vazias” – Conrado de Meester

– Pesquisa e redação: Rafael Vitto – Comunidade Canção Nova

– Produção e edição: Melody de Paulo

Santa Teresinha do Menino Jesus

Santa Teresa do Menino Jesus
freira carmelita descalça (1873-1897),
doutora da Igreja

A “santa do sorriso”, que “se havia oferecido ao Menino Jesus para ser seu brinquedo, uma bolinha de nenhum valor, que pudesse ser jogada ao chão, empurrada com o pé, deixada a um canto”, foi tomada ao pé da letra. E não teríamos jamais sabido quantos sofrimentos se esconderam por trás daquela calma e composta tristeza se ela mesma, por obediência, não tivesse confiado a seus cadernos aquela incomparável "História de uma alma", que desvelou essa extraordinária força interior.
Marie Françoise Thérèse Martin, jovem de transparente beleza, órfã de mãe aos 4 anos, criada em Lisieux, ao lado de um pai afetuoso e bom, aos 15 anos pôde ingressar, graças a um indulto especial, no Carmelo de Lisieux, onde já duas irmãs a haviam precedido e a terceira haveria de segui-las.
Percorreu a grandes passos o caminho rumo à santidade, “lançando a Jesus as flores dos pequenos sacrifícios”, que não eram pequenos, como não foi fácil a ascese sob o signo da “infância espiritual” — ditada não pela tendência toda feminina de fazer uso de diminutivos e de palavras carinhosas, mas por uma autêntica e robusta espiritualidade, em sintonia com a advertência evangélica de “tornar-se pequenos como as crianças”.
Nos nove anos de vida claustral, Teresa deixou uma marca profunda, oferecendo ao mundo cristão a surpreendente imagem de uma jovem freira que, embora relegada à estrita clausura do Carmelo, viveu imersa na vida eclesial. Isso a ponto de, em 1927, dois anos depois da canonização, ser proclamada padroeira das Missões, junto com são Francisco Xavier, e, em 1944, copadroeira da França ao lado da guerreira santa Joana d’Arc.
Pio X não hesitou em defini-la “a maior santa dos tempos modernos”. Em 19 de outubro de 1997, João Paulo II declarou-a Doutora da Igreja, a terceira mulher a receber esta homenagem, depois de Catarina de Sena e Teresa de Ávila.
Teresa de Lisieux queria ser tudo: guerreira, missionária, apóstolo. Depois teve a intuição: o amor! “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor.”
Fonte: Paulinas em 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux)


A vida da santa Teresa de Lisieux, ou santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, seu nome de religiosa e como o povo carinhosamente a prefere chamar, marca na história da Igreja uma nova forma de entregar-se à religiosidade. No lugar do medo do "Deus duro e vingador", ela coloca o amor puro e total a Jesus como um fim em si mesmo para toda a existência eterna. Um amor puro, infantil e total, como deixaria registrado nos livros "Infância espiritual" e "História de uma alma", editados a partir de seus escritos. Sua vida foi breve, mas plena de dedicação e entrega. Morreu virgem como Maria, a Mãe que venerava, e jovem como o amor que vivenciava a Jesus, pela pura ação do Espírito Santo.
Teresinha nasceu em Alençon, na França, em 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Martin e desde então destinada ao serviço religioso, assim como suas quatro irmãs. Os pais, quando jovens, sonhavam em servir a Deus. Mas circunstâncias especiais os impediram e a mãe prometeu ao Senhor que cumpriria seu papel de genitora terrena, mas que suas filhas trilhariam o caminho da fé. E assim foi, com entusiasmada aceitação por parte de Teresinha desde a mais tenra idade.
Caçula, viu as irmãs mais velhas, uma a uma, consagrando-se a Deus até chegar sua vez. Mas a vontade de segui-las era tanta que não quis nem esperar a idade correta. Aos quinze anos, conseguiu permissão para entrar no Carmelo, em Lisieux, permissão concedida especial e pessoalmente pelo papa Leão XIII.
Ela própria escreveu que, para servir a Jesus, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista, mártir... Mas ao perceber que o amor supremo era a fonte de todas essas missões, depositou nele sua vida. Sua obra não frutificou pela ação evangelizadora ou atividade caritativa, mas sim em oração, sacrifícios, provações, penitências e imolações, santificando o seu cotidiano enquanto carmelita. Essa vivência foi registrada dia a dia, sendo depois editada, perpetuando-se como livro de cabeceira de religiosos, leigos e da elite dos teólogos, filósofos e pensadores do século XX.
Teresinha teve seus últimos anos consumidos pela terrível tuberculose, que, no entanto, não venceu sua paciência com os desígnios do Supremo. Morreu em 1° de outubro de 1897, com vinte e quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando expirasse. Essa chuva ainda cai sobre nós, em forma de uma quantidade incalculável de graças e milagres alcançados através de sua intervenção em favor de seus devotos.
Teresa de Lisieux foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925 pelo papa Pio XI. Ela, que durante toda a sua vida teve um grande desejo de evangelizar e ofereceu sua vida à causa missionária, foi aclamada, dois anos depois, pelo mesmo pontífice, como "padroeira especial de todos os missionários, homens e mulheres, e das missões existentes em todo o universo, tendo o mesmo título de são Francisco Xavier". Esta "grande santa dos tempos modernos" foi proclamada doutora da Igreja pelo papa João Paulo II em 1997.
Fonte: Catlicanet em 2015

Santa Teresa do Menino Jesus, Doutora da Igreja

A extensão do culto a Santa Teresa do Menino Jesus ou Santa Teresa de Lisieux, jovem carmelita, é um dos fenômenos mais impressionantes e significativos da vida religiosa de nossos dias. A Santa morreu em 1897 e, pouco depois,  já era conhecida em todo mundo. Seu caminho de simplicidade e perfeição nas pequenas coisas da vida cotidiana, converteu-se no ideal de muitos cristãos. Sua biografia, escrita por ordem de seus superiores, é um livro famoso e os milagres e graças atribuídas a sua intercessão são incontáveis.
Pio XI a beatificou em 1923 e a canonizou em 1925. Estendeu sua festa a toda a Igreja do ocidente. Em 1927, Santa Teresa do Menino Jesus foi nomeada, junto com são Francisco Xavier, padroeira de todas as missões estrangeiras e de todas as obras católicas na Rússia.
A Santa se entregou com inteira decisão e consciência à tarefa de ser Santa. Sem perder o ânimo, diante da aparente impossibilidade de alcançar os pontos mais  elevados do olvido de si mesma, acostumava  repetir: "Deus não inspira desejos impossíveis. Não tenho que me fazer mais do que sou, mas sim me aceitar tal como sou, com todas minhas imperfeições".

Santa Teresinha do Menino Jesus


Santa Teresinha do Menino Jesus
ou Santa Teresa de Lisieux - Doutora da Igreja

Comemoração litúrgica: 01 de outubro.

Também nesta data: São Veríssimo e São Milor.

- Padroeira das Missões -- Padroeira das Missões -

Se Deus dá à Igreja Santos e Santas, não menos verdade é, que uma das primeiras condições de santidade é, fora da graça de Deus, a santidade dos progenitores. É justamente esta circunstância particular que se observa em relação à Santa Teresinha do Menino Jesus. Eram santos os pais.
Luís José Estanislau Martin, aos vinte anos, teve ardente desejo de tomar o hábito de São Bernardo, mas, reconhecendo que os desígnios Da Divina Providência eram outros, desistiu do plano. Zélia Guerin, jovem de muita piedade e caráter enérgico e franco, aspirava a ser admitida entre as irmãs de São Vicente de Paulo, e para este fim solicitou entrada na Congregação das mesmas, em Alençon.  As superioras reconheceram não ser esta a vontade de Deus e, sem hesitação, disseram-lhe sua opinião a este respeito. Zélia, resignando-se com esta decisão, repetia , muitas vezes no íntimo da alma esta prece:
“Meu Jesus, já que não sou digna de ser vossa esposa, como minha irmã querida (**), abraçarei o estado de matrimônio, para cumprir a vossa vontade santíssima. Peço-vos, porém, encarecidamente, sejais servido concerder-me  muitos filhos, e que todos vos sejam consagrados”.
Deus, em sua paternal bondade, reservava para esta alma predileta o virtuoso jovem já mencionado e, graças a circunstâncias visivelmente providenciais, realizou-se o enlace matrimonial de ambos, aos 12 de julho de 1858, na Igreja de Nossa Senhora de Alençon.
Houve Deus por bem aceitar com agrado a santa disposição do piedoso casal e deu-lhe nove filhos, que no santo batismo tiveram os seguintes nomes: Maria Luísa, Maria Paulina, Maria Leônia, Maria Helena (falecida aos cinco anos e meio de idade), José Maria, Maria José, João Batista, Maria Celina, Maria Melania Tereza (falecida três meses depois do nascimento) e Maria Francisca Tereza.
Depois do nascimento das quatro filhas mais velhas era ardente o desejo do piedoso casal de ter um filho, que futuramente servisse a Deus como missionário, e nesta aspiração dirigiram-se confiadamente a São José. As orações foram ouvidas e o coração dos pais encheu-se de doce júbilo, quando lhes nasceu o primeiro filho, a quem deram o nome de José Maria. Mas os pensamentos do Senhor não são os nossos, nem os seus caminhos são os nossos. Assim aconteceu que ao cabo de cinco meses apenas, o pequeno José trocasse este deserto pelos tabernáculos do Senhor.
Empenhados em alcançar do céu para sua família um sacerdote, um missionário, os pais instaram novamente com ardentes súplicas, e grande lhes foi a alegria quando um outro pequenino José veio tomar o lugar do irmãozinho falecido. Nove meses se passaram e também esta florzinha se viu transplantada para os canteiros celestes.
Desistiram então de pedir aos céu outro missionário. Contudo realizou-se-lhes plenamente o desejo na pessoa da última filha, de todas a mais abençoada e privilegiada, alma providencial, a quem Deus deu uma missão grandiosa, verdadeiramente divina.
Nos pais os filhos viam o exemplo de cristãos santos. Amigos da oração, todas as manhãs se reuniam aos pés do altar e à mesa eucarística. Rigorosamente observavam a lei do jejum e da abstinência, eram escrupulosos na santificação do domingo, faziam com assiduidade as práticas de piedade, como a leitura espiritual e a oração em comum. Não faltavam, certamente, provocações, mas a única resposta que davam a Deus, era sempre uma total resignação a tudo que a alta Providência quisesse determinar.
Embora houvesse certo bem-estar na família Martin, ninguém se excedia em luxos desnecessários, e em tudo reinava grande simplicidade.
Em família de sentimentos tão cristãos e generosos, a virtude da caridade achava terreno mais amplo de atividade.
Das economias o piedoso casal reservava anualmente avultosa quantia para a Obra da Propagação da Fé. A casa estava-lhes sempre aberta para os pobres, e grandes eram as esmolas que lá recebiam. Na distribuição da caridade o Sr. Martin não conhecia o respeito humano, e muitos são os casos em que com as próprias mãos servia a pobres desamparados. Não é, pois, caso de estranhar que o nobre homem em suas empresas se visse acompanhado da benção de Deus.
Foi em Alençon, na rua São Brás, que nasceu a celeste florzinha, Santa Teresa do Menino Jesus, geralmente conhecida pelo nome que o povo cristão lhe deu – Santa Teresinha.
Às 11 horas e meia da noite de 2 de janeiro Teresa abria os olhos para este mundo.
No dia do nascimento da “rainhazinha”, (assim o extremoso pai chamava sua filhinha) veio um pobre bater à porta da ditosa família e entregar um papel com estas loas, que mais pareciam uma profecia:

Sorri, cresce depressinha,
Tudo te chama à ventura:
Amor, desvelos ternura...
Sorri à fúlgida Aurora,
Botão que nasceste agora,
Rosa mais tarde serás!

Aos 4 de janeiro a graciosa menina foi levada ao batismo, onde recebeu o nome de Maria Francisca Teresa, servindo-lhe de madrinha a irmã mais velha, Maria Luísa.
Teresa contava apenas quatro anos e meio, quando a morte lhe arrebatou a querida mãe. Foi então que o Sr. Martin resolveu mudar a residência para Lisieux, onde morava o cunhado Guérin, cuja esposa velaria pela educação das órfãsinhas.
Pelo belíssimo exemplo que Teresinha tinha constantemente diante dos olhos, bem cedo se acostumou à prática das virtudes, e decerto é a expressão da verdade o que afirma a autobiografia: que desde a idade de 3 anos nunca recusou coisa alguma a Deus.
Dotada de inteligência superior, treinada pelas experiências colhidas no caminho da provação e da dor, a menina, em bem poucos anos, chegou a demonstrar uma madureza admirável em julgar as coisas divinas e humanas. A esta firmeza de caráter, ao conhecimento profundo das coisas divinas, ao desejo de pertencer a Deus deve-se atribuir o fato de , com 15 anos apenas, se ter resolvido a entrar na Ordem do Carmelo, cuja regra é uma das mais austeras.
Em sua “História de uma alma”, escrita por ordem da superiora, Madre Inês de Jesus, a nossa santa, com uma simplicidade encantadora, narra os fatos principais que se ligam à sua vida junto aos pais, no seio da família, a entrada na Ordem, descreve as dificuldades de ordem material e espiritual, consolações que teve e graças extraordinárias que recebeu do divino Esposo.
Dos fatos narrados na “ História de uma alma” , tenham aqui lugar só os mais notáveis.
Teresinha, bem pequenina ainda, fez a primeira confissão e saiu do confessionário muito satisfeita, achando que nunca até então tinha experimentado uma alegria igual.
Certo dia teve uma visão um tanto profética, que muito a impressionou. Estando o pai em viagem, que por longo tempo o afastava da família, Terezinha teve a impressão de ver diante de si um homem alquebrado, de cabeça encanecida, e embuçada em véu espesso. Tudo daquele homem, o traje, o andar, a figura, tudo lhe fazia crer que fosse o pai querido. Tomada de estranho terror, chamou por ele com voz trêmula: “Papai, ó papai !” Mas o personagem assim interpelado não dava sinais de ter ouvido estas palavras e continuou a andar, afastando-se pelas alamedas do jardim. Teresinha nunca mais perdeu de memória esta misteriosa visão, presságios de futuros padecimentos, de que o pai seria vítima. O sr. Martin pelo fim da vida sofreu diversos ataques de paralisia, que lhe comprometeram a luz do espírito, de tal modo que durante três anos, foi preciso ser entregue aos cuidado de pessoas estranhas.
Terezinha tinha oito anos e meio, quando se matriculou como externa no colégio das religiosas beneditinas, em Lisieux.
Embora muito mais nova que as companheiras de classe, tirava as melhores notas em composição, e era muito querida entre as religiosas, razões estas que não poucas humilhações lhe importavam, da parte de alunas menos consideradas e menos inteligentes. Foi neste espaço de tempo que na mente de Teresinha surgiu o primeiro pressentimento de ser por Deus chamada a abraçar o estado religioso no Carmelo. Esse pressentimento tomou feições de desejo em 1885, quando a prima e amiga Maria Guérin entrou para o Carmelo de Lisieux.
No retiro que a irmã Celina fazia, em preparação para a primeira Comunhão, Teresa a acompanhou e experimentou as mais suaves impressões. O dia da primeira Comunhão considera-o um dos mais belos da vida.
Comparando-se com as irmãs, Teresa se reconhece menos afeita aos brinquedos próprios da idade infantil, porém mais sensível e choraminga até o excesso. Na família reinava sempre a mais perfeita harmonia e entre as irmãs e as primas havia o maior entendimento, a mais franca cordialidade.
Tereza era sempre fraquinha e dores de cabeça atrozes atormentavam-na por dias, semanas e meses, acompanhadas às vezes, por estranhos temores. Por vezes caía em delírio, sem entretanto perder o uso da razão. Vinham desmaios, que lhe tolhiam o mais leve movimento. O leito parecia-lhe rodeado de  demônios  e de precipícios horríveis. Os pregos cravados nas paredes do quarto tinham-lhe aos olhos a forma de dedos enormes pretos e carbonizados, cuja vista lhe provocava gritos de horror. Em tão tristes lances se via como sempre, rodeada do mais afetuoso carinho do pai e das irmãs e parentes.
Desta doença, que resistia a todos os recursos da ciência médica, a santa menina se viu curada por Maria Santíssima. Celina, vendo baldados todos os esforços para conservar a vida da querida irmã, invocou, com todo o fervor de mãe que suplica, a Maria santíssima, representada numa estátua que  a família Martin tinha em muita veneração. A estátua, a mesma que se vivificava aos olhos da mãe de Teresa, animou-se de súbito também na presença desta: “ A Virgem Santíssima adiantou-se para mim e sorriu...” Celina, ao vê-la fitar os olhos na estátua disse de si para si: “ Teresa está curada” . De fato estava. No momento em que a irmã dizia isto consigo, o rosto de Teresa tornara-se diáfano e estava transfigurado. A fisionomia denunciava-lhe algo de sobrenatural. As pessoas presentes a esta cena sentiram-se tomadas de pasmo e admiração. Não havia dúvida que Teresa em êxtase vira Maria Santíssima.
Restabelecida do terrível mal que a acometera e quase a levara às portas da eternidade, o pai proporcionou-lhe o grande prazer de um passeio agradabilíssimo, ocasião em que começou a conhecer o mundo. Via-se então muito festejada; admirada por todos, sem entretanto compreender o motivo de tantas atenções. Embora não fosse insensível às carícias de pessoas amigas, bem cedo chegou à conclusão de que tudo é vaidade, exceto amar e servir a Deus.
Pessoas da intimidade, por exemplo as mestras, notaram em Teresa grande inclinação à oração mental. A menina meditava de fato, sem contudo dar conta de tal e chamava a isto pensar.
Fez a primeira Comunhão nas melhores disposições. Três meses empregou na preparação. Ela mesma confessa ser-lhe impossível contar as impressões que teve, no momento de receber a sagrada Hóstia. “ Meu encontro com Jesus naquele dia não podia ser apenas um simples olhar, mas era sim uma fusão. Já não éramos dois. Teresa desaparecera, como a gota d’água que se abisma no seio do oceano. Restava só Jesus e era o Senhor, o Rei ! “
Pouco tempo depois da primeira Comunhão recebeu o sacramento da Confirmação, em preparação do qual fez novo retiro.
O ideal de ser religiosa Carmelita desenhava-se cada vez mais nítido, na alma da piedosa donzela. Obter o consentimento do pai e das irmãs e pedir admissão na Ordem não era tão fácil como a princípio se lhe afigurava. Mas o tio era de parecer contrário. Não só declarou contrário à ideia, mais ainda acrescentou que se havia de opor à execução de tal plano, caso não houvesse a intervenção de um milagre.
Poucos meses depois, porém, deixou de lado a sua resistência e deu seu consentimento.
“Vai em paz, querida filhinha, - disse-lhe, abraçando-a paternalmente – és uma florzinha privilegiada, que o Senhor quer para si e a isto não me hei de opor”.
Levantou-se, entretanto, outra dificuldade, e era de natureza muito séria, mesmo insuportável:  a recusa formal do Superior do Carmelo de receber na Ordem uma donzela de quinze anos. Idêntica foi a decisão do Bispo de Bayeux, se bem que este muito comovido pela insistência com que Teresa apresentou o pedido, secundado pelas afirmações do pai, não lhe cortasse o fio da esperança, prometendo-lhe falar com o Superior a respeito e responder-lhe então.
Em 7 de novembro de 1887 organizou-se em Paris uma peregrinação a Roma, na qual tomaram parte o sr. Martin com suas filhas Teresa e Celina. Estava também entre os peregrinos o Padre Revérony, Vigário geral de Bayeux, de quem Teresa diz que a observava diligentemente, em toda a viagem.
Chegados à Roma, só em 20 de novembro tiveram a ventura de serem recebidos em audiência no Vaticano. A Santa mesma conta-nos, com toda a minudência, o histórico dessa audiência.
“Na manhã de domingo ( 20 de novembro) fomos ao Vaticano. Às 8 horas assistimos à Missa do Sumo Pontífice. Acabada a Missa de ação de graças, que se seguiu à do Santo Padre, principiou a audiência. Leão XIII estava assentado na poltrona, em trono elevado, vestido de batina branca e murça da mesma cor. Ladeavam-no diversos Prelados e as mais altas dignidades eclesiásticas. Conforme as prescrições do cerimonial, cada um dos peregrinos ia por sua vez ajoelhar-se, beijar primeiro o pé e logo a mão do augusto Pontífice e receber-lhe a benção; em seguida dois guardas nobres, tocando-o de leve, com o dedo, significavam-lhe que se levantasse para passar à outra sala ceder o lugar ao seguinte.
Ninguém tugia, mas eu estava resolvidíssima a falar, quando o Revmo. Pe. Revérony, que se pusera à direita de Sua Santidade, nos fez saber publicamente que proibia terminantemente que se falasse ao Santo Padre.  Voltei-me para Celina, a interrogá-la com o olhar;  entretanto dava-me o coração pancadas de fazê-lo estalar.
- Fala! disse-me ela.
Momentos depois estava eu ajoelhada diante do Papa. Beijei-lhe o pé e apresentou-me a mão. Levantando então para ele os olhos cheios de água, dirigir-lhe esta súplica:
- Santíssimo Padre, desejo pedir-vos uma graça importante ! – Inclinou logo a fronte até junto do meu rosto; como se os seus olhos pretos e profundos quisessem penetrar até o âmago de minha alma.
- Santíssimo Padre – insisti – em memória do vosso jubileu, autorizai-me a entrar no Carmelo aos quinze anos!
O Revmo. Vigário Geral de Bayeux, estupefato e descontente, atalhou imediatamente:
- Santíssimo Padre, é uma criança que deseja abraçar a vida do Carmelo, mas os Superiores estão atualmente examinando o caso.
- Sois bem, minha filha – disse então Sua Santidade – esteja pelo que decidirem os superiores.
De mãos postas, e encostadas aos seus joelhos, fiz esta última tentativa:
- Ó Santíssimo Padre, é só dignar-vos de responder-me sim, para concordarem todos!
Olhou-me fixamente e proferiu estas palavras, martelando cada sílaba, em tom de voz penetrante:
- Pois não... vamos... entrará, se assim aprouver Deus.
Ia eu insistir ainda, quando se aproximaram dois guardas nobres, acenando que me levantasse. Ao verem que não bastava este aviso, travaram-me dos braços e o Revmo. Padre Revérony veio também os ajudar a erguer-me, visto como ainda me deixava ficar queda, de mãos postas e apoiadas nos joelhos do Papa.
No momento em que era assim removida, o bom  do Santo Padre pôs suavemente a mão sobre os meus lábios e ergueu-os logo depois para abençoar e pôr largo espaço de tempo esteve me acompanhando com o olhar”.
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Tornados a Lisieux, a primeira visita foi ao Carmelo. Um novo requerimento que Teresa fez ao Prelado diocesano, não teve pronto despacho, como desejava e esperava. Passou-se o Natal do ano de 1887, sem obter resposta alguma. O dia 1º de janeiro de 1888 tirou-a afinal da incerteza. Foi nesse dia que a Madre Maria de Gonzaga lhe comunicou ter recebido autorização do Bispo para recebe-la imediatamente, como postulante no Carmelo. Na carta a Superiora acrescentava que só depois da quaresma a entrada se poderia efetuar.
O dia 9 de abril de 1888 trouxe-lhe afinal a ventura da entrada no Carmelo.
Desde o começo da vida religiosa no claustro, pode Teresa experimentar as provações com que Nosso Senhor costuma mimosear seus prediletos. Uma aridez espiritual parecia ser-lhe o pão quotidiano, e a Madre Superiora introduziu-a logo nas práticas costumeiras do Carmelo, tratando-a sempre com extraordinária severidade, não lhe perdoando a mínima falta que cometesse. Destarte Teresa bem cedo se habituou a considerar na Superiora não a criatura, mas a pessoa de Nosso Senhor, ficando assim preservada de afeições humanas no claustro, que sempre que as houver, são uma verdadeira calamidade.
Extraordinária e mui significativa é a declaração que Teresa fez, no exame do canônico que lhe precedeu a profissão, dizendo: “ Vim para salvar as almas e especialmente para rezar pelos sacerdotes” . Fiel a este propósito ofereceu-se a Jesus como vítima, convencida que só pelo sofrimento poderia fazer algum bem às almas. Durante cinco anos realizou esta prática, sem que pessoa alguma soubesse.
Em 10 de janeiro de 1889 recebeu o hábito, cerimônia a que presidiu o Bispo Diocesano, e que se revestiu de grande solenidade, estando presentes as irmãs de Teresa. Acompanhada pelo pai, entrou solenemente na capela.
Para o sr. Martin foi um triunfo e também sua última festa no mundo, pois um mês depois foi acometido de grave doença que o levou à sepultura seis anos depois.
O tempo do noviciado passou célebre, entre as práticas de piedade, de virtude e mortificação, sem que houvesse ocorrido fato de maior relevância.
Decorrido um ano, passou pela decepção de não poder professar, Declaro-lhe a Superiora que, devido à oposição formal do Revmo. Padre Superior, havia de esperar mais oito meses. A própria Santa confessa que a  princípio he custou aceitar tamanho sacrifício, mas, ajudada pela graça divina, conformou-se inteiramente com a decisão de quem fazia às vezes de Jesus.
Passado o tempo da provação, ficou marcado o dia 8 de setembro de 1890 para a profissão religiosa.
Horas antes da profissão religiosa, recebeu de Roma a benção do Santo Padre, fato que muito  consolou, tendo durante o retiro espiritual experimentado a mais completa aridez. Permitiu Deus que sua serva, no dia que precedia a profissão, fosse horrivelmente perturbada por tentações a respeito da vocação. “ A minha vocação – assim escreve – afigurou-se-me de improviso, simples sonho e quimera; o demônio – pois era ele mesmo – inspirava-me a convicção de que a vida do Carmelo não me convinha por forma alguma e que enganava os Superiores, metendo-me por um caminho ou instituto de vida para o qual não fora chamada. Tão densas se amontoaram estas trevas, que cheguei a persuadir-me duma coisa única: não tenho vocação religiosa, devia voltar ao mundo”. Foram angústias indescritíveis e para dissipá-las Teresa foi ter-se com a mestra e manifestou-lhe a tentação. Foi o bastante para lhe voltar a calma e o sossego.
Se procurarmos saber que meios Santa Teresa empregou para chegar a tão alto grau de perfeição, que a igreja e com esta todos os fiéis lhe admiram, descobriremos três: - a oração, a vida unida a Nosso Senhor, a mortificação e o amor a Deus.
O espírito de sacrifício era-lhe universal. Tudo quanto havia de mais penoso e menos agradável, por isso mesmo o procurava com sofreguidão. Tudo o que Deus lhe pedia, dava-lho sem reserva. O que mais a martirizou fisicamente, como confessa, foi a privação do fogo durante o inverno. “ O frio tem sido para mim um tormento de morte”.
Na Sexta-feira Santa  (3 de abril de 1896) apareceram os primeiros anúncios da “chegada do Esposo”. Frequentes eram as hemoptises que lhe sobrevinham,  mas a Santa sabia habilmente as disfarçar, tanto que só em maio de 1897 as irmãs souberam do verdadeiro estado de sua saúde.
Em julho do mesmo ano foi preciso transferi-la definitivamente para a enfermaria. Os últimos meses foram de sofrimentos incalculáveis, causados por um desânimo que o demônio lhe preparava, atormentando-a com tentações contra o amor de Deus. “ Tens certeza – dizia-lhe a voz maldita – de ser realmente amada por Deus?”
Quando em 30 de julho recebeu a Extrema-Unção, disse jubilosa, às irmãs: “A porta da minha escura prisão está entreaberta; estou radiante, principalmente depois que o nosso Padre Superior me assegurou que minha alma se assemelha hoje à de uma criancinha recém-batizada”.
Desde o dia 16 de agosto até 30 de setembro as frequentes hemoptises não lhe permitiam receber a santa Comunhão, sacrifício este que de todos lhe era em extremo sensível.
São dos últimos dias de sua  existência estas memoráveis palavras: “Nunca dei a Deus senão amor e com amor também me há de recompensar. Depois da minha morte farei cair uma chuva de rosas. Sinto que está chegando a hora de desempenhar a minha missão a de fazer amar a Nosso Senhor como o amo...de dar a conhecer a minha veredazinha às almas. Quero passar o meu céu empenhada em fazer bem na terra”.
Muitas coisas edificantes disse ainda Santa Teresa às Irmãs, nos últimos dias de doença.
Entretanto, a dor aumentava de dia para dia. A fraqueza chegou a tais extremos, que a doente sem auxílio não podia fazer o mais leve movimento. Causava-lhe aflição horrível falar perto de si. A febre martirazava-a  de tal maneira, que só com grande esforço podia pronunciar uma palavra. Mas no meio de todo este sofrimento, um leve sorriso lhe aflorava aos lábios.
Chegou, afinal, o dia 30 de setembro, o dia de sua santa morte. Estreitando o crucifixo nas mãos, parecia absorta em profunda meditação. Quando o sino do Mosteiro tocou as Ave-Marias vespertinas, fixou na Virgem Imaculada um olhar inexprimível. Cobria-lhe o rosto um suor copioso: tremia. Às sete horas e poucos minutos perguntou à Madre Priora:
- Minha Madre, não será talvez a agonia? Não estou nas últimas?
- Pois não, minha filha, é a agonia; mas Jesus quer prolongá-la talvez algumas horas.
E ela, muito resignada:
- Pois bem... vamos... vamos... oh! não quisera que se me abreviassem os sofrimentos...
E olhando para o crucifixo:
- Oh!...  Amo-o!... Meus Deus, eu vos... amo!
Foram estas suas últimas palavras; pronunciando-as deixou-se cair sobre o leito, numa atitude semelhante à de algumas virgens mártires, que se dispunham a receber o último golpe. De repente, se ergueu, como se fosse para atender a uma voz misteriosa, abriu os olhos, e fitou-os com uma expressão de jubilo indizível, um pouco acima da imagem de Nossa Senhora. Isso durou mais ou menos a recitação de um “credo” e sua alma voou para os páramos celestes.
Logo depois da morte de Teresinha, começaram a dar-se na comunidade fatos extraordinários. Verificou-se a profecia da Santa, que disse: Depois da minha morte farei cair uma chuva de rosas.
O mundo católico encheu-se de admiração pela santidade da humilde carmelita de Lisieux, e Deus glorificou-a, fazendo-a benfeitora da humanidade, como provam os milagres, que apareceram às centenas.
Treze anos depois da morte, procedeu-se-lhe à exumação do corpo e nesta ocasião foi encontrada intacta e verde a palma que as religiosas lhe tinham posto na mão, logo após a morte.
Beatificada em 1923, S.S. o Papa Pio XI, no ano do jubileu de 1925, lhe deu a honra dos altares. As relíquias, depositadas na capela do Mosteiro do Carmelo em Lisieux, repousam numa riquíssima urna de prata dourada, oferecida pelos católicos do Brasil.
R E F L E X Õ E S
O segredo da santidade de Teresa do Menino Jesus está na perfeita harmonia das virtudes que lhe adornam a alma e a tornaram tão agradável aos olhos de Deus. São: a humildade e a simplicidade, abnegação de si própria, levada até o heroísmo, o espírito de sacrifício, um amor sem limites a Nosso Senhor e uma confiança sem reserva em Deus. Como não há nada de extraordinário na vida desta santa carmelita, seu exemplo é perfeitamente imitável por todos que seriamente querem a salvação de sua alma. Basta imitar-lhe as virtudes, invocar-lhe a poderosa intercessão. O Espírito Santo, que rege a Igreja de Deus sobre a terra, reservou esta mimosa flor do céu para os nossos tempos, tão pobres de amor e tão saturados de miséria. Graças lhe rendemos por ter dado aos filhos um exemplo tão perfeito de virtudes e santidade, que mostra à humildade o “pequeno caminho” da santificação. Benfeitora que é dos pobres mortais, que se lhe dirigem nas necessidades materiais e espirituais; padroeira dos missionários que trabalham nas linhas mais avançadas da milícia de Cristo, na terra dos pagãos – a Igreja Católica, reverente, curva-se diante desta filha privilegiada, que tanto já fez e mais ainda fará, para implantar o reino de Cristo nos corações dos homens.
Santa Teresinha do Menino Jesus é Doutora da Igreja, proclamada pelo Papa João Paulo II em 19 de outubro de 1987.

Oração
Senhor, que dissestes: “Se não vos fizerdes como meninos, não entrareis no reino dos céus” – fazei-nos seguir a Santa Virgem Teresa em humildade e simplicidade do coração, para que consigamos alcançar os prêmios da vida eterna.
Fonte: Página Oriente em 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus

Nascimento - 2 de janeiro de 1873

Local nascimento - Alençon, norte da França

Ordem – Carmelita

Local vida - Lisieux – França

Espiritualidade - Santa Teresinha do Menino Jesus é uma das santas mais conhecidas e amadas por sua espiritualidade. Seu nome se espalhou em pouco tempo por todos os recantos do mundo católico, principalmente pela sua autobiografia, verdadeiro compêndio de santidade. Seus pais, quando jovens desejavam consagrarem-se a Deus na vida religiosa, mas pelos desígnios divinos não foram aceitos. A jovem Zélia Guerin, futura mãe de Teresinha, disse: "Meu Jesus, já que não sou digna de ser vossa esposa como irmã, abraçarei o estado matrimonial para cumprir Vossa vontade. Peço-Vos, porém, de todo coração, conceder-me muitos filhos e que Vos sejam consagrados". Daquele santo casal nasceram nove filhos. Três, ainda em tenra idade, faleceram e os demais, todas meninas, tornaram-se religiosas! Teresinha ficou órfã de mãe aos quatro anos e muito sentiu sua ausência. Após a morte da esposa, mudou-se com a família para Lisieux, onde um cunhado passou a zelar junto a ele pela educação das filhas. Teresinha cresceu num ambiente de amor puro e de fé. Sendo a caçulinha da casa, seu pai a chamava de "minha rainhazinha". As irmãs mais velhas, uma após outra entraram para a vida religiosa e Teresinha alimentava uma santa vontade de o quanto antes, acompanhá-las na consagração a Deus. Com 15 anos de idade recebeu do Papa Leão XIII a permissão de entrar no Carmelo de Lisieux. Viveu lá durante oito anos. Mas o que poderia ter realizado de extraordinário em tão curta existência? Graças a sua autobiografia, com o título História de uma Alma, sabemos que a jovem carmelita não fez nada de extraordinário: apenas cumpriu extraordinariamente bem os seus deveres de monja enclausurada, ensinando o caminho da santidade: fazer com amor desde as pequeninas coisas. Num momento de entusiasmo, Teresinha escreveu que, por amor ao Amor Supremo, desejava ser cavaleiro das cruzadas, padre, apóstolo, evangelista, missionário, mártir! "Compreendi, escreve, que só o amor fazia agir os membros da Igreja e que se o amor viesse a se extinguir, os apóstolos não anunciariam mais o Evangelho, os mártires recusariam derramar o seu sangue. Compreendi que o amor encerra todas as vocações e que o amor é tudo, abraça todos os tempos e todos os lugares. Numa palavra, o amor é eterno. Encontrei minha vocação: o amor!" Estas palavras são suaves, mas profundamente corroboradas pela vida de oração, de sacrifícios, provações, penitências e imolação na existência de Teresinha. Revelou o papel do amor, como chave de toda espiritualidade e apontou o caminho da infância espiritual e passou seus últimos anos de vida com uma terrível doença. Padeceu simultaneamente uma dura provação interior que lhe purificou ainda mais o espírito. Morreu consumida pelo amor, dizendo: "Ó meu Jesus, eu Te amo!" Seus restos mortais são venerados em Lisieux, na França. Ao morrer, Teresinha havia prometido que faria descer sobre a terra uma chuva contínua de rosas (graças celestes). Ela realizou e continua a realizar esta promessa depois de sua entrada no céu, num incalculável número de milagres.

Local morte - Lisieux (França)

Morte - 30 de setembro de 1897, aos 24 anos de idade

Fonte informação - Os santos de cada dia e Religião Católica

Oração - Ó Deus, que concedestes a santa Teresa de Lisieux (Santa Teresinha) a graça da simplicidade e do amor incondicional a Vós e a todos os irmãos, concedei-nos, por sua intercessão, amar sempre mais a simplicidade de vida e a comunhão convosco. Por Cristo Senhor, amém.

Devoção - À infância espiritual. Colocar todo o amor, desde as pequeninas coisas.

Padroeiro – Missões

Outros Santos do dia - São Remígio (bispo); Severo (presb.); Bavão (cf); Plantão (presb); Adeusdado, Ananias, Cisco, Clemente, Evágrio, Aretas, Veríssimo, Máxima e Júlia, Domingo (márts).

Fonte: ASJ em 2015